sábado, 10 de novembro de 2012

Voltas para casa - Ferreira Gullar

Voltas para casa

Depois de um dia inteiro de trabalho
voltas para casa, cansado.
Já é noite em teu bairro e as mocinhas
de calças compridas desceram para a porta
após o jantar.
Os namorados vão ao cinema.
As empregadas surgem das entradas de serviço.
Caminhas na calçada escura.

Consumiste o dia numa sala fechada,
lidando com papéis e números.
Telefonaste, escreveste,
irritações e simpatias surgiram e desapareceram
no fluir dessas horas. E caminhas,
agora, vazio,
como se nada acontecera.

De fato, nada te acontece, exceto
talvez o estranho que te pisa o pé no elevador
e se desculpa.
Desde quando
tua vida parou?  [...]

                 Ferreira Gullar


1ª – No texto há um verso com palavras de sentidos opostos. Reescreva-o abaixo:

2ª – Qual o sentido da palavra consumir, presente no verso: “Consumiste o dia numa sala fechada”?

3ª – O sentido da palavra “fluir”, no texto, é:
(  ) escorregar;         (  ) interior;          (  ) passar;         (  ) acontecer.

4ª – Deduza: qual a profissão da pessoa retratada no poema?

5ª – A vida dessa pessoa revela-se interessante? Por quê?

6ª – Observe: “E caminhas, agora, vazio, como se nada acontecera”. Qual o sentido da palavra vazio, utilizada nesse verso?

7ª – Nos versos: “De fato, nada te acontece, exceto / talvez o estranho que te pisa o pé no elevador / e se desculpa.”, o que podemos concluir?

8ª – Nos versos: “Desde quando / tua vida parou?”, notamos que:
(   ) a pessoa interpela o eu lírico a respeito da comodidade da vida;
(   ) o eu lírico questiona a pessoa a fim dela perceber que a vida rotineira não traz emoções e passe a viver de outra forma;
(   ) o eu lírico exclama chamando a atenção da pessoa para viver melhor.

9ª – Que verso notamos que a pessoa de quem o eu lírico fala o passa o dia sozinho?

10ª) Observe o texto abaixo de Sírio Possenti:
“Duas pessoas conversando:
- Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas.
- Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas.”

a) O humor desse texto se encontra a partir de uma duplicidade de sentidos, ou seja, o uso de um termo contribui para a ambiguidade. Explique por que esse texto é ambíguo.

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