Retrato"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
Cecília Meireles
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
Cecília Meireles
Texto II
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
Mário Quintana
1ª – Explique, resumidamente, o que trata o texto I.
2ª – E o texto II fala de quê?
3ª – Observando a temática abordada em cada texto, há alguma relação de semelhança entre ambos? Apresente argumentos que comprovem sua resposta.
4ª – Quais os aspectos que denotam disparidades entre o poema de Cecília Meireles e o poema de Mário Quintana?
5ª – O texto II está centrado na expressão dos sentimentos, emoções e opiniões do locutor. É um texto subjetivo, pessoal. O trecho do poema que melhor expressa a assertiva acima é:
( ) “no final, que restará?
( ) “ou coisas que nem existem / mas que um dia existirão...”
( )“às vezes me pinto nuvem, /às me pinto árvore”
( ) “um desenho de criança / corrigido por um louco”.
6ª – Marque a única alternativa que traduz os seguintes versos: “às vezes me pinto nuvem, /às me pinto árvore”:
( ) o autor diz que em alguns momentos sente-se nas nuvens;
( ) o eu lírico retrata a sua indecisão em relação a auto-afirmarão.
( ) o eu lírico demonstra que em alguns momentos se avalia como algo superior (nuvem), além do que é, e em outros momentos como alguém que tem os pés no chão, centrado, realista.
( ) Mário Quintana se acha alguém inatingível.
7ª – Observe no texto I o verso: “Em que espelho ficou perdida a minha face?" e no texto II a última estrofe: “no final, que restará?/ Um desenho de criança... / Corrigido por um louco!”. Ambos questionam sobre suas imagens. Mas apenas um define a imagem da face. Qual texto o eu lírico revela a imagem de sua face?
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