domingo, 25 de novembro de 2012

Língua brasileira”, de Kledir Ramil

Leia “Língua brasileira”, de Kledir Ramil, do livro “Tipo assim”:
[...] O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes.
No Rio é “e aí merrmão! CB, sangue bom! Vai rolá umach paradach”. Até eu entender que merrmão era “meu irmão” levou um tempo. Em São Paulo eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô por deintro, mas não tô inteindeindo”. E no interiorrr falam um erre todo enrolado: “a Ferrrnanda marrrcô a porrrteira”. Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima.
Em Mins, quer dizer em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora e qualquer objeto é chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho na plataforma da estação. Quando ouviu um apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho tá vindo”.
No nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó é vóinha. E pra você conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar sempre a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota mais aguda que as seguintes.
Mas o lugar mais curioso de todos é Florianópolis. Lagartixa eles chamam de crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de rosca (que deve ser lido rôchca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir um envelope de boi ralado. Telefone público, o popular orelhão, é conhecido como poste de prosa e a ficha de telefone é pastilha de prosa. Ôvo eles chamam de semente de galinha e motel é lugar de instantinho. E tem mais…”BRIÓI” é como chamam a BR-101. E a pronúncia correta de d+e é “di” mesmo e não “dji” como a gente fala. Também t+i é “ti” e não “tchi”. Dizem que vem da colonização açoriana, mas eu acho que essa pronúncia vem sendo potencializada pela influência do castelhano, com a invasão de argentinos no litoral catarinense sempre que chega o verão. Alguma coisa eles devem deixar, além do lixo na praia.
         Em Porto Alegre, uma empresa tentou lançar um serviço de entrega a domicílio de comida chinesa, o Tele China. Só que um dos significados de china no RS é prostituta. Claro que não deu certo. Imagina a confusão, um cara pede uma loira às 2 da manhã e recebe a sugestão de Frango Xadrez com Rolinho Primavera. Banana Caramelada! O que é que o cara vai querer com uma Banana Caramelada no meio da madrugada? Tudo isso é muito engraçado, mas às vezes dá problema sério.
A primeira vez que minha mãe foi ao Rio de Janeiro entrou numa padaria e pediu: “Me dá um cacete!!!”. Cacete pra nós é pão francês. O padeiro caiu na risada, chamou-a num canto e tentou contornar a situação. Ela ingenuamente emendou: “Mas o senhor não tem pelo menos um cacetinho?”

1ª – No texto, percebemos que o autor relata, de forma humorada, as peculiaridades do Português falado no Brasil. Essas características denotam que nível de linguagem? Por quê?
(   ) nível formal;     (   ) nível coloquial;      (   ) nível regional;       (   ) nível vulgar.

2ª – No enunciado “Me dá um cacete!!!” notamos, no contexto do padeiro, um duplo sentido, ou seja, ambiguidade na fala  da mãe do autor? Se sim explique porque isso acontece.

3ª – Passe o enunciado da questão anterior para o nível formal.

4ª – Qual a expressão do texto que é utilizada como elemento coesivo, dando o sentido de resumir as ideias expostas?

5ª - Observe: “O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes”. O elemento coesivo mas é uma conjunção subordinativa adversativa, que possui a função de contrapor ideias, dando coerência ao texto. Nesse enunciado o mas relaciona ideias contrastantes? Há coerência nesse enunciado? Explique.

6ª – O texto possui alguns trechos com teor humorístico. Cite um e explique em que reside o humor.

7ª – Este enunciado “Seja mais um filho da mãe”, fez parte de uma campanha de preservação do meio ambiente. Reescreva-o e acrescente uma palavra ao final do mesmo, desfazendo a ambiguidade.

Bem aventurado" e FELICIDADE REALISTA

Leia os textos atentamente para formular sua redação:
Texto 1:
“... Bem aventurado é aquele que consegue acordar a tempo de perceber que melhor do que fazer horas extras no trabalho ou perder noites de sono em algum projeto ou pesquisa, é sempre reservar um tempo para preservar suas amizades, dedicando-se às pessoas que você ama, à sua família. A felicidade está conosco o tempo todo: nós é que muitas vezes não damos a menor bola pra ela...”                           (Augusto Branco)

Texto 2: FELICIDADE REALISTA  - “A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão (...) Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.”                                                        (Mário Quintana)

Texto 3:

“A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar”  (Vinícius de Morais)


1ª - Com base nas leituras, redija um texto, em prosa, dissertativo argumentativo sobre como encontrarmos a felicidade.


2ª – Encontre o radical, o sufixo, a vogal temática e o tema da palavra “entusiasmo”.

3ª – Relacione as colunas:
1 – derivação sufixal
2 – derivação prefixal
3 – derivação parassintética
4 – composição por justaposição
5 – composição por aglutinação
(   ) embora, aguardente, planalto;
(   ) dentista, boiada, sapataria;
(   ) envergonhar, enfileirar, esfarelar;
(   ) incapaz, desligar, pré-história;
(   ) passatempo, girassol, cor-de-rosa.

“RIO ABAIXO” de Olavo Bilac

Leia o poema “RIO ABAIXO” de Olavo Bilac, para responder as questões de 1 a 4:

“Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase a noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.

Vivo há pouco, de púrpura sangrento,
Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento...

Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:

E o seu reflexo pálido, embebido
Como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.”


1ª – Sobre o autor deste poema é correto afirmar:
(    ) Bilac revela em seus poemas um gosto pela crítica social;
(    ) Ele é um autor que demonstra apuro formal e profunda análise do ser humano;
(    ) Ele é um dos principais representantes do Parnasianismo brasileiro, por mostrar em suas obras apuro formal, objetividade e gosto por objetos e fatos exóticos.
(    ) Olavo faz parte da história do Parnasianismo português e não brasileiro.

2ª – A única característica do Parnasianismo que não encontramos neste poema é:
(    ) objetividade;      (    ) descrição de uma paisagem;     (    ) apuro gramatical;    (    ) visão mais carnal do amor.

3ª – A alternativa que esclarece a última estrofe do poema é:
(   ) O rio calmo reflete a imagem da lua, que é comparada com uma espada de prata, como se dividisse o rio ao meio;
(   ) O rio é dividido ao meio,  formando dois cursos de água;
(   ) A espada de prata corta o seio da mulher amada;
(   ) A lua é pouco refletida no rio, pois este encontra-se agitado.


4ª – O poema descreve uma paisagem, utilizando o recurso da exploração dos sentidos do ser humano.

a) O verso que revela a utilização do efeito visual é:
(   ) A derradeira luz do firmamento...
(   ) Seguimos. Curva os bambuais o vento.
(   ) Quase a noite. Ao sabor do curso lento
b) O verso que demonstra o sentido do paladar é:
(   ) Um silêncio tristíssimo por tudo
(   ) Rasga o seio do rio adormecido.
(   ) Quase a noite. Ao sabor do curso lento


5ª – O Parnasianismo foi um movimento poético anti-romântico, caracterizando-se, principalmente, pelo culto da forma e pelo trabalho minucioso do verso tecnicamente perfeito, sendo comparado às vezes com o trabalho do ourives. Baseado nessa informação, marque a alternativa em que os versos comprovam tal afirmativa.

(    ) “O gás extravasado enjoa-me, perturba; / E os edifícios, com as chaminés, e a turba / Toldam-se duma cor monótona e londrina.” (Cesário Verde)
(    ) “Quero que a estrofe cristalina,

          Dobrada ao jeito
          Do ourives, saia da oficina
          Sem um defeito” (Bilac)
(    ) “De divas mãos, brilhantes copa, um dia, / Já de  aos deuses servir como cansada” (Alberto de Oliveira)




6ª– Marque a alternativa que contém apenas poetas parnasianos:
(   ) Castro Alves, Olavo Bilac e Alberto de Oliveira;
(   ) Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Álvares de Azevedo;
(   ) Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo Corrêa e Cesário Verde.

“Se eu morresse amanhã”, de Álvares de Azevedo:

Leia o poema “Se eu morresse amanhã”, de Álvares de Azevedo:

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!



1ª – O Romantismo no Brasil ocorreu em três fases, cada uma com suas características próprias. O poema acima é de qual fase? Explique por quê?

2ª – No verso: “Quanta glória pressinto em meu futuro!”, o eu lírico fala de seu futuro. O futuro para ele consiste na vida ou na morte? Por quê?

3ª – Que trecho do poema notamos que a natureza interage com o sentimento do eu lírico?

4ª – Castro Alves foi um poeta pertencente à 3ª geração romântica, o qual lutou pela libertação dos escravos. Observe este trecho de seu poema “Dama Negra”:

Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;

Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte
Do Gondoleiro do amor.

a) Descreva como a mulher amada é idealizada neste poema, tendo em vista que o poeta lutou pelos negros.

b) Que parte do corpo desta mulher é destacada no poema e que versos usam da comparação para caracterizá-la.

5ª – Observe abaixo o poema “Seus olhos”, de Gonçalves Dias:
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranqüilos,
Às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto umedece
Me fazem chorar.

a) O que há de comum entre esse poema de Gonçalves Dias e o “Dama negra”, de Castro Alves?

b) Os olhos da mulher amada representam a própria mulher. O que o poeta quer dizer com os versos:
 “Às vezes luzindo, serenos, tranqüilos,
Às vezes vulcão!”

Atividades: Realismo

1ª – Baseado nos princípios do Realismo, analise a seguinte proposição: “O Realismo surgiu propondo destacar nas obras a visão subjetiva da realidade, ou seja, a partir do individualismo. A realidade era apenas “pano de fundo” para representar os próprios sentimentos”. Diga se essa afirmativa está de acordo ou não com o movimento realista e justifique sua resposta.

2ª – O Realismo foi um movimento que influenciou várias artes além da Literatura, por exemplo: na pintura, na escultura e na arquitetura. Abaixo marque a opção que revela uma pintura que possui características do Realismo:
A - (   ) “Monalisa”, de Leonardo Da Vinci;       B - (   ) “Jovem Baco”, de Caravaggio;
C – (   ) “On Strike” (Em greve), de Hubert Von Herkomer.

3ª – O Realismo foi um movimento em que os artistas demonstravam engajamento social. Dizer que eles eram engajados socialmente, significa relatar que:
A - (    ) buscavam envolver-se em atritos com grupos sociais de princípios contrários;
B - (    ) retratavam apenas princípios clássicos, ou seja, valorização dos grandes escritores clássicos;
C – (    ) demonstravam em suas obras a sociedade vigente, denunciando os vícios, problemas sociais e políticos que permeavam  tal sociedade.

4ª – No Romantismo, a mulher era idealizada, tida como anjo, pura e perfeita. Tendo em vista que esse movimento se contrapõe ao Realismo, diga como a mulher é retratada pelos artistas realistas.

5ª – Marque somente a opção correta em relação às características do Realismo:
(   ) Subjetivismo profundo;
(   ) Amor idealizado;
(   ) predomínio da inteligência e da razão
(   ) não retrata a realidade circundante.

6ª – Sobre o Realismo, qual das alternativas, abaixo, é a correta:
(   ) apresenta um romance com intenções de distrações;
(   ) os realistas procuram ser pessoais e subjetivos;
(   ) o Realismo vê o homem somente como produto biológico;
(   ) o Realismo opõe-se aos preceitos românticos.

7ª – “O Realismo procurou analisar com objetividade e senso crítico os problemas sociais, denunciando os vícios e corrupções da sociedade.” Explicite o que foi dito anteriormente.

8ª – Por que o movimento realista se opõe ao movimento romântico?

9ª – “O Realismo é um movimento que não consegue fazer o leitor refletir sobre os problemas existentes na sociedade.” Essa afirmativa é correta? Por quê?

10ª – Assinale a única alternativa que revela uma obra realista:
(   ) O alienista – Machado de Assis;
(   ) Iracema – José de Alencar;
(   ) O cortiço – Aluísio de Azevedo

A UM POETA - Olavo Bilac

Leia o poema abaixo de Olavo Bilac:
A UM POETA
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

1ª – O eu lírico, no poema, diz realizar um trabalho. Que trabalho é esse?


2ª – No verso “Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!”, o poeta ao utilizar a palavra “lima” compara seu trabalho com que outro trabalho?


3ª – Sabendo que o parnasianismo foi uma escola literária que buscou a perfeição do poema para garantir beleza e verdade, cite um verso que revela essa afirmativa.


4ª – Nos verso “Não se mostre na fábrica o suplicio/Do mestre. E natural, o efeito agrade/Sem lembrar os andaimes do edifício:”, podemos depreender:
(   ) que o poeta é um operário da construção civil, que busca agradar em seu ofício;
(   ) que o eu lírico releva cansaço em seu ofício, por mais que tenta não transparecer isso;
(   ) que o eu lírico se compara a um operário que busca, na construção da poesia, não revelar o quanto foi trabalhoso sua criação poética;
(   ) que o eu lírico se compara a um operário que busca, na construção da poesia, revelar o quanto foi trabalhoso sua criação poética;

5ª – Baseado na compreensão do poema, qual o sentido da palavra “edifício”?


6ª – Qual o personagem presente nesse poema?


7ª – Quanto à estética parnasiana é correto afirmar:
(   ) Os poetas traduziam o mundo sob um prisma romântico;
(   ) O Parnasianismo, na maioria dos poemas, revelavam denúncias sociais;
(   ) Possui um caráter metalingüístico, ou seja, os poetas construíam muitas de suas poesias para falar do ato de escrever poesia, buscando perfeição formal;
(   ) Podemos afirmar que José de Alencar é um autêntico poeta parnasiano.

Iracema e Senhora

Texto I:                                                                   Iracema
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação Tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”
José de Alencar
Texto: II                                                               Senhora
“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
Era rica e formosa.
Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor?
José de Alencar
1ª) Notamos que tanto no texto 1 quanto no 2, há descrição de personagens femininas: Iracema e Aurélia, respectivamente. Diga algumas diferenças existentes entre elas?

2ª) Marque a alternativa que corresponde à personagem da obra “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo:
(   ) bela e trágica história de amor, cujos significados são sempre simbólicos: a personagem e o amante, representam os elementos indígena e branco que se unem para a formação de uma nova “raça”, o povo cearense, simbolizado no filho Moacir;
(   ) Rica, frequentadora da corte, é disputada pelos jovens da sociedade, em razão de seus dotes físicos e financeiros;
(  ) Jovem pura e romântica de quatorze anos, cabelos e olhos negros, travessa, astuta e inteligente. Apaixona-se por um jovem rapaz que se dizia inconstante no amor;
(   ) Grande amor de Bentinho, personagem de origem pobre e em torno dela gira uma dúvida: traiu ou não traiu o esposo.

3ª) O romance Iracema traduz uma lenda. Que lenda é essa? Comente.

4ª) Em Senhora percebemos uma crítica:
(   ) ao clero;       (   ) ao adultério;    (   ) ao casamento por interesse financeiro.    (   ) ao amor exacerbado, que é capaz de buscar refúgio na morte.

5ª) Em Portugal, houve um momento da história em que ocorre o surgimento de uma nova classe social: a burguesia. Que importância essa classe teve para o desenvolvimento da literatura romântica?

6ª) Marque a opção que revela somente características do Romantismo:
(  ) Subjetivismo, idealização do amor e amor exacerbado;
(  ) Culto aos clássicos e à morte;
(  ) Entrega total ao amor, elementos da natureza interagindo com os sentimentos do eu lírico, uso de nomes pastoris.

7ª) Explique de que forma a natureza é tratada pelos autores românticos em suas obras literárias?

Atividades: Romantismo

1 – A obra “Inocência”, de Visconde de Taunay possui como personagem principal Inocência, a qual:
(  ) é uma bela moça, pertencente à zona rural, que possui uma personalidade frágil e suscetível à manipulação.
(  ) é uma jovem pertencente a um ambiente moderno, por isso não aceita as imposições do pai.
(  ) é uma jovem moça, que vive no sertão com seu pai, e que se mostra avançada em relação aos costumes da época, pois vai de encontro aos interesses do pai, não aceitando suas imposições.
(  ) é uma noiva extremamente apaixonado por seu noivo, o qual é um jovem romântico e sensível.

2 – Assinale a alternativa que contém apenas características da primeira geração romântica:
(  ) valorização do indígena, da terra e o desejo exacerbado pela morte.
(  ) valorização da natureza, do nativo e da infância.
(  ) preocupação social e valorização da morte.
(  ) volta ao passado como forma de evasão e valorização da causa abolicionista.

3 – Veja trechos do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias e responda às questões:
“Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(...)
Em cismar, sozinho, á noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”

a) Que características, do Romantismo, percebemos nesse poema?

b) Observe o trecho do hino nacional: “Do que a terra mais garrida/Teus risonhos, lindos campos têm mais flores/ “Nossos bosques têm mais vida”,/  “Nossa vida” no teu seio mais amores”. O que há de comum entre a Canção do exílio e esse trecho do hino?

4 – Veja: “Oh! Que saudade que tenho/Da aurora da minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!/Que amor, que sonhos, que flores,/Naquelas tardes fagueiras/À sombra das bananeiras,/Debaixo dos laranjais!”. Nesse poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu, podemos verificar:
(  ) que a infância é vista como um momento grandioso, mas que não se deve revivê-lo.
(  ) que há uma valorização da infância como forma fuga da realidade.
(  ) que a infância é motivo de saudades, apesar de o eu lírico estar satisfeito com o presente.
(  ) que a infância é vista como um momento o qual não se deve relembrar para não causar melancolia.

5 – Observe:
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir (...)”
Em relação ao poema Natalícia, Gonçalves Dias, responda:
a) Qual dos versos abaixo revelam, com clareza, a intenção do pai em relação ao filho:
(  ) “Sê bravo, sê forte!/Não fujas da morte”
(  ) “O forte o cobarde/Seus feitos inveja”
(  ) “Quer seja tapuia/Condor ou tapir”
(  ) “Pior que o sibilo/Das setas ligeiras”

b – Explique os versos: “A vida é combate,/Que os fracos abate,/Que os fortes, os bravos,/Só pode exaltar.”








Por que criança não pode trabalhar?

Por que criança não pode trabalhar?
Criança não pode trabalhar por um motivo simples: porque ela está muito ocupada sendo criança. Ser criança é ter a liberdade de fazer uma porção de coisas: ir à escola, brincar, ler, praticar esportes, conviver com outras crianças. Ser criança é ser livre para inventar brincadeiras, fazer descobertas e, aos pouquinhos,
aprender a ler o mundo.
Quando uma criança trabalha, não sobra tempo para brincar e estudar. As crianças que trabalham, em vez de papel e lápis, usam enxadas e pás. Em vez de conviver com outras crianças na sala de aula, elas passam o dia cercadas de adultos, suando a camisa em lavouras, em carvoarias, em lares de estranhos, em lixões e nas
ruas.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diz com todas as letras: abaixo dos 16 anos é proibido trabalhar. Mas estar escrito na lei não é suficiente. É preciso que os governos, as famílias e as empresas estejam atentos e prontos a ajudar as crianças que trabalham, tirando-as dessas atividades, garantindo que elas possam estudar e ajudando suas famílias a acolhê-las com dignidade e carinho.
Helio Mattar. Folhinha. In: Folha de S. Paulo, 02/03/2002.
1.Qual a ideia principal do texto?
(   ) falar da infância e suas brincadeiras;
(   ) comentar a responsabilidade de ser criança;
(   ) discutir sobre os direitos da criança, argumentando contra o trabalho infantil;
(   ) argumentar a favor do trabalho infantil.

2. No trecho abaixo, substitua os adjetivos grifados por outros, mantendo o sentido do texto.
“Em vez de conviver com outras crianças na sala de aula, elas passam o dia cercadas de adultos, suando a camisa em lavouras, em carvoarias, em lares de estranhos, em lixões e nas ruas.”

3. Tendo em vista o texto lido, explique a expressão “Ser criança é ser livre”.


4. Levando em consideração que substantivo é a palavra que nomeia os seres, cite quatro substantivos presentes no texto.

5. No trecho, “Criança não pode trabalhar por um motivo simples: porque ela está muito ocupada sendo criança”, a expressão destacada significa que:
(   ) a criança não tem tempo para brincar;
(   ) ser criança requer muito esforço;
(   ) as crianças só tem tempo para o trabalho;
(   ) ser criança é preencher o tempo com atividades próprias de criança: lazer, estudo, divertimento.

6. Observe: “Quando uma criança trabalha, não sobra tempo para brincar e estudar. As crianças que trabalham, em vez de papel e lápis, usam enxadas e pás”. Nas expressões em destaque a palavra criança está acompanhada de artigos “uma” e “as”, qual a diferença de sentido empregada por esses artigos.



7. Veja este enunciado “O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diz com todas as letras”. O que significa “dizer com todas as letras”?

A MENINA QUE FEZ A AMÈRICA

A MENINA QUE FEZ A AMÈRICA

         Eu vou morrer um dia, porque tudo que nasce também morre: bicho, planta, mulher, homem. Mas histórias podem durar depois de nós. Basta que sejam postas em folhas de papel e que suas letras mortas sejam ressuscitadas por olhos que saibam ler. Por isso, aqui está para vocês o papel da minha história: uma vida-menina para as meninas-dos-seus-olhos.
         Vou contar…
         Eu nasci no ano de 1890, numa pequena aldeia da Calábria, ao sul da Itália. E onde fica a Itália?… É só olhar um mapa da Europa e procurar uma terra em forma de bota, que dá um pontapé no Mar Mediterrâneo e um chute de calcanhar no Mar Adriático.
         É lá.
         Lá, nessa terra entre mares, foi que eu nasci num dia de inverno, quando as flores silvestres que perfumavam o ar puro dos campos da minha aldeia estavam à espera do florescer da primavera. Saracema: este era o nome do lugar pequenino onde eu nasci. Eu disse “era”, embora o lugar ainda existia e tenha crescido, como eu também cresci. Mas, como nunca mais voltei para lá, acho que não pode se mais o mesmo que conheci e onde vivi até os dez anos de idade. A Saracena de 1890 era aquela sem a comunicação do telefone, os sons do rádio e as imagens da televisão nas casas; sem o eco dos carros e das motocicletas nas estradas ou o ronco dos aviões sobre telhados. A música que andava no ar, nos tempos da minha infância, vinha do canto dos pássaros, do chiar das rodas das carroças, das batidas dos cascos dos cavalos, do burburinho do risco das crianças e do lamento dos sinais das igrejas. Essa era a voz da terra onde começava a minha vida e terminava o meu mundo.
         Nunca cheguei a conhecer meu pai, Domenico Gallo. Só em retrato: um homem alto, bonito, de finos bigodes. Dizem que ele ficou muito feliz quando eu e meu irmãozinho Caetano nascemos. Ah, esqueci de dizer que meu nome é Fortunata e que, quando menina, me chamavam de Fortunatella.

(Laurito, Ilka Brunhilde. A menina que fez a América. São Paulo, FTD)
2)      Quando e onde a menina nasceu?
3)      Até que idade ele viveu em Saracena?
4)      Como a menina se chamava? Como a menina era chamada quando pequena?
5)      Quem era Caetano e Domenico?
6)      De que modo Fortunata conhecia seu pai?
7)      Você acha que a menina teve uma infância feliz? Por quê?
8)      Se você tivesse de dar outro título ao texto, qual seria? Por quê?

Inimigos - (Luis Fernando Veríssimo)

Inimigos
O apelido de Maria Teresa, para o Norberto, era “Quequinha”. Depois do casamento sempre que queria contar para os outros uma de sua mulher, o Norberto pegava sua mão carinhosamente, e começava:
     - Pois a Quequinha...
     E a Quequinha, dengosa, protestava.
     - Ora, Beto!
     Com o passar do tempo, o Norberto deixou de chamar a Maria Teresa de Quequinha. Se ela estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
     - A mulher aqui...
     Ou, às vezes:
     - Esta mulherzinha...
     Mas nunca mais Quequinha.
     (O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca em silêncio. O tempo usa armas químicas.)
     Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”.
     - Ela odeia o Charles Bronson.
     - Ah, não gosto mesmo.
     Deve-se dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chamasse de Ela, ainda usava um vago gesto da mão para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer “essa aí” e a apontar com o queixo.
     - Essa aí...
     E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém.
     (O tempo, o tempo. O tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa, depois a outra...)
     Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na sua direção. Faz um meneio de lado com a cabeça e diz:
    - Aquilo...
(Luis Fernando Veríssimo)
1ª – No início do casamento Norberto e Maria Tereza tratam-se carinhosamente por Beto e Quequinha. Com o passar do tempo, o tratamento de Norberto e a mulher vai sendo mudado. Que palavras ele utiliza para se referir à mulher?


2ª – Explique a frase: “O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo”?


3ª – Que atitude o marido demonstra ter em relação à esposa ao empregar a forma de tratamento “Aquilo”?


4ª – Classifique os substantivos:
a)      Norberto       (  ) coletivo;  (  ) próprio;  (  ) abstrato.
b)      Amor            (  )concreto;  (  ) abstrato;  (  ) coletivo.
c)      Queixo         (  ) simples;  (  ) composto.
d)     Mulher         (  ) comum;   (  ) próprio.

5ª – Diga quantos fonemas e quantas letras tem as palavras “chamar” e “mulherzinha”?

6ª – O que você entende do trecho “Pior foi quando passou a dizer essa aí”?

7ª – Qual o sentido de apontar “com o queixo”, empregado no texto?

O GATO MALHADO

O GATO MALHADO
Quando a primavera chegou, vestida de luz, de cores e de alegria, olorosa de perfumes sutis, desabrochando as flores e vestindo as árvores de roupagens verdes, o Gato Malhado estirou os braços e abriu os olhos pardos, olhos feios e maus. Feios e maus, na opinião geral. Aliás, diziam que não apenas os olhos do Gato Malhado refletiam maldade, e sim, todo o corpanzil forte e ágil, de riscas amarelas e negras. Tratava-se de um gato de meia-idade, distante de primeira juventude, quando amara correr por entre as árvores, vagabundear nos telhados, miando à lua cheia canções de amor, certamente picarescas e debochadas. Ninguém podia imaginá-lo entoando canções românticas, sentimentais.
Naquelas redondezas não existia criatura mais egoísta e solitária. Não mantinha relações de amizade com os vizinhos e quase nunca respondia aos raros cumprimentos que, por medo e não por gentileza, alguns passantes lhe dirigiam. Resmungava de mau humor e voltava a fechar os olhos como se lhe desagradasse todo o espetáculo em redor.
(...) Do Gato Malhado ninguém se aproximava. As flores fechavam-se se ele vinha em sua direção: dizem que certa vez derrubara, com uma patada, um tímido lírio branco pelo qual se haviam enamorado todas as rosas. Não apresentavam provas, mas quem punha em dúvida a ruindade gatarraz? Os pássaros ganhavam altura ao voar nas imediações do esconso onde ele dormia. Murmuravam inclusive ter sido o Gato Malhado o malvado que roubara o pequeno sabiá do seu ninho de ramos. Mamãe Sabiá, ao não encontrar o filho para o qual trazia alimento, suicidou-se enfiando o peito no espinho de um mandacaru. Um enterro triste e naquele dia muitas pragas foram pronunciadas em intenção do Gato Malhado. Provas não existiam, mas que outro teria sido? Bastava olhar a cara do bichano para localizar o assassino. Bicho feio aquele.
(...) As maternais galinhas ensinavam aos pintos cor de ouro como evitar o Gato Malhado em cujas mãos criminosas — segundo afirmavam — muitos outros pintainhos haviam perecido (isso sem falar nos ovos que ele roubava dos ninhos para alimentar seu ignóbil corpanzil). Tampouco o Pato Negro queria saber dele, pois o gatarrão não amava a água do lago, tão querida do casal de patos. Os cachorros o haviam procurado para com ele correr e saltar. Mas ele os arranhara nos focinhos e os insultara, eriçando o pêlo, xingando-lhes a família, a raça, os ascendentes próximos e distantes.
Jorge Amado

1ª - O Gato Malhado demonstra o seu poder e domínio em relação aos mais fracos. Em nossa sociedade (seres humanos), é comum encontrarmos alguém ou uma classe social dominando, explorando a outra? Justifique sua resposta.

2ª - Identifique características psicológicas do Gato Malhado.

3ª – O título do texto “Gato Malhado” possui adjetivo? Qual?

4ª – Grife os adjetivos dos dois primeiros parágrafos do texto.

5ª – “Naquelas redondezas não existia criatura mais egoísta e solitária.”, os adjetivos egoísta e solitária faz referência a que substantivo?

6ª – No enunciado “dizem que certa vez derrubara, com uma patada, um tímido lírio branco pelo qual se haviam enamorado todas as rosas”, diga qual o sentido de se usar o artigo “um” e o artigo “as”.

7ª – Cite cinco substantivos que estejam caracterizados por adjetivos.